NOVOS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO PÓS
COVID-19
A LIVE do dia 12 de junho de 2020, no @construindo_cidadania, debateu sobre a necessidade de transformação digital das escolas públicas, frente a nova realidade imposta pela pandemia do COVID 19. Para abordar o assunto, o convidado foi o Professor Markus Krause, com experiência de 10 anos na docência, ao lado dos 20 anos como técnico ministerial no Ministério Público do Estado do Maranhão e presidente da Associação “Toda Criança Feliz”.
Vamos a reflexão:
"Vivemos em mundo onde cada vez mais a tecnologia avança em uma escala crescente, alcançando espaços que jamais imaginávamos encontrar. A tecnologia causou mudanças em muitas profissões, extinguindo muitas, penetrou no campo dos aparelhos domésticos, transformando fogões e geladeiras em verdadeiros computadores, transformou carros em verdadeiras máquinas que se locomovem sozinhas, tomou de conta dos aparelhos de telecomunicações, transformando aparelhos celulares que outrora eram utilizados apenas para ligações telefônicas, em verdadeiras ferramentas de subsistência, uma vez que dependemos dos mesmos para quase todas as situações da vida.
Vamos a reflexão:
"Vivemos em mundo onde cada vez mais a tecnologia avança em uma escala crescente, alcançando espaços que jamais imaginávamos encontrar. A tecnologia causou mudanças em muitas profissões, extinguindo muitas, penetrou no campo dos aparelhos domésticos, transformando fogões e geladeiras em verdadeiros computadores, transformou carros em verdadeiras máquinas que se locomovem sozinhas, tomou de conta dos aparelhos de telecomunicações, transformando aparelhos celulares que outrora eram utilizados apenas para ligações telefônicas, em verdadeiras ferramentas de subsistência, uma vez que dependemos dos mesmos para quase todas as situações da vida.
A pandemia do Coronavírus surgiu
no mundo, e com ela, nascem muitas indagações acerca do futuro da humanidade,
após essa crise sanitária. Uma dessas indagações referem-se ao uso dos recursos
tecnológicos e da internet, que nos mostrou não se tratar apenas de opção de
consumo ou de lazer, mas uma necessidade real.
Para exemplificar tal
necessidade, citamos as diversas medidas adotadas como forma de manutenção e
garantia de direitos à população, que perdura durante a pandemia: O acesso aos
aplicativos de celulares para requerer Auxilio Emergencial; a adoção da
telemedicina por médicos em todo o país, devidamente regulamentada pelo Conselho
Federal de Medicina; Os registros de boletins de ocorrência policial por meio
eletrônico; As aulas, no formato à distância, fazendo uso das novas Tecnologias
para acesso aos recursos didáticos, dentre tantos outros.
Pretendo me deter, neste último
ponto, como forma de refletir sobre os desafios da educação em nosso país e a
necessidade de investimentos tecnológicos e democratização do acesso à
internet, como garantia dos direitos à educação de nossas crianças e
adolescentes.
No Brasil, os investimentos em
tecnologia nas escolas públicas nunca foram satisfatórios, a prova está ai,
diante das dificuldades que o país encontra para lidar com a situação das aulas
para os alunos da educação básica, sendo que muitas redes de ensino municipal e
estadual, ainda estão paralisadas, outras estão engatinhando no processo de
adaptação de aulas online, porém grande partes destas, vão esbarar em um outro
problema, o da exclusão digital.
Os dados da exclusão digital são
preocupantes, principalmente, quando se trata do estado do Maranhão, os dados
do IBGE apontam que 1 em cada 4 brasileiros não tem acesso a internet, ainda,
segundo o Mapa da Inclusão, pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas e
Fundação Telefônica (disponível em: https://www.cps.fgv.br/cps/telefonica/) o
nosso Estado amarga a última colocação no Ranking de microcomputadores com
Acesso à Internet por Unidade da Federação, com apenas 10,98% de lares com
acesso à internet, contra o Distrito Federal, que é o primeiro colocado, com
58,69%. Já no ranking Geral dos municípios a cidade maranhense que aparece
melhor colocada é Imperatriz na posição 868º, seguida de São Luís, Paço do
Lumiar, Açailândia, São José de Ribamar, Porto Franco, Estreito, Santa Inês e
em seguida Pedreiras, na posição nacional 2841º, e na 9ª posição do estado do
Maranhão.
Quando o assunto é entre alunos,
a pesquisa mostra que no Maranhão apenas 9,59% dos estudantes tem acesso
domiciliar à rede mundial de computadores. Isso nos mostra que não se
conseguirá resultados satisfatórios na educação enquanto não se fizerem
investimentos na democratização do acesso à internet e em novas
tecnologias.
A realidade do pais em relação à
educação é de muitas escolas sucateadas, sem nenhum recurso tecnológico
presente no ambiente escolar, a grande maioria das escolas não possuem salas de
vídeo/multimídia ou salas de informática, para fomentar o uso de práticas
didáticas e metodologias ativas; Escolas que sequer possuem acesso à internet
ou computado res disponíveis aos alunos ou professores para pesquisas; projetos
como rádio escolar ou jornais produzidos pelos alunos, dentre tantas outras
medidas que poderiam ser utilizadas para proporcionar melhores condições de
aprendizagem.
Em tempos comuns de aula
presencial, não é difícil encontrar um professor que, após dedicar-se horas
preparando uma aula lúdica, com uso de recursos tecnológicos, chegar em sala de
aula e ali não conseguir executar seu plano de aula, em razão da carência ou
mesmo ausência de condições mínimas estruturais e tecnológicas para execução de
tal atividade. Ora falta um notebook, ora falta um projetor de slide, ou até
mesmo uma tomada que funcione dentro da sala de aula para ligar tais aparelhos.
São desafios que precisam ser superados, urgentemente.
Vivemos em uma Era tecnológica,
onde nossos alunos nasceram manuseando um celular, contudo a realidade é
assimétrica em relação aos professores, pois muitos deles não cresceram neste
contexto e tiveram que se adaptar de forma brusca a muitas situações, diante
das condições de isolamento social.
Mesmo após encerrar o período de
isolamento social, e com o retorno das aulas presenciais, não quer dizer que
não precisaremos mais dos conhecimentos tecnológicos, pois agora é que os
mesmos deverão ser aplicados, pois a educação híbrida será uma realidade mais
presente em nosso país.
Será necessário vencer muitos
desafios, dentre os quais: Um alto investimento em inovações tecnológicas,
serviços como assessorias de startups, que se dedicam a auxiliar escolas
fornecendo um leque de alternativas pedagógicas e tecnológicas para melhorar o
processo ensino aprendizagem, qualificação contínua dos docentes na área das
novas tecnologias de Informação e Conhecimento, adoção de plataformas virtuais
de gestão e monitoramento de resultados pedagógicos, aquisição de equipamentos
digitais para uso nas escolas e democratização do acesso à internet."
MARCUS PERIKS BARBOSA KRAUSE
Mestre em Ciências da Educação; Especialista em Língua Portuguesa com ênfase em gramática; Especialista em Gestão e governança em Ministério Público, Licenciado em Letras, Graduando em Pedagogia, Membro da Academia Pedreirense de Letras.
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